terça-feira, 14 de dezembro de 2010

PROTESTO NACIONAL

Federação quer pais, alunos e autarquias juntos no protesto
Fenprof agenda protesto nacional de professores para final de Março

14.12.2010 - 20:25 Por Lusa

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou hoje a realização no final de Março de uma “grande iniciativa nacional” de professores, na rua, para a qual vai convidar não docentes, pais, alunos e autarquias.
O anúncio foi feito hoje ao final da tarde pelo secretário-geral da Fenprof, em conferência de imprensa, após uma reunião do secretariado nacional da federação na qual foi analisada a reunião de segunda-feira com o Governo sobre as medidas de austeridade no sector da Educação. Mário Nogueira recusou assumir que essa “grande iniciativa” será uma “manifestação”, alegando que os parceiros educativos que assinaram em Novembro um manifesto em defesa da escola pública ainda não foram convidados, pelo que os moldes da iniciativa não estão ainda definidos.
“Não basta a via jurídica e a via institucional. É a luta dos professores, quando vão para a rua contestam e reclamam, que vai dar força à tomada de decisões”, justificou, referindo-se a uma “iniciativa de protesto nacional” em defesa da “escola pública de qualidade”. Segundo Mário Nogueira, os professores deverão ainda realizar um plenário nacional num sábado no final de Fevereiro.
“A prioridade das prioridades na redução de custos é no emprego dos profissionais, do qual vai resultar uma desqualificação do ensino”, afirmou, reiterando a estimativa de que todas as medidas de contenção no setor vão permitir suprimir cerca de “30 mil horários”. O secretário-geral da Fenprof sublinhou ainda que, na reunião de segunda-feira, o Governo não negou esta estimativa, criticando o que apelidou de “política cega de reduzir custos”. Por outro lado, denunciou a “intenção” do Ministério da Educação de continuar a encerrar escolas e de constituir “uma rede nacional de mega agrupamentos”, alguns agregando escolas de concelhos diferentes. Na conferência de imprensa, Nogueira alertou para que a impossibilidade de as escolas contratarem professores até ao final do ano, definida pela tutela, está a deixar “muitos” alunos sem aulas, sobretudo numa altura de “aposentação” de professores. Relativamente aos cortes no ensino privado e à revisão dos contratos de associação, a Fenprof garantiu que muitas escolas beneficiam destes contratos “à margem do que a lei estabelece”. O dirigente sindical congratulou-se ainda por a petição lançada “há apenas quatro dias” pela realização do concurso de contratados, previsto para 2011 mas cancelado pelo Governo, ter recolhido já mais de nove mil assinaturas, pelo que irá ser discutida na Assembleia da República.

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